sábado, 8 de junho de 2013

Dolorosa caminhada.


Ela vagou por aí e o perdeu de vista. Foi visitar lugares escondidos dentro de si e acabou pisoteando as flores mais lindas do seu jardim. Não deu quase nada, mas pediu o mundo. Decidiu seguir sem se preocupar com a velocidade da caminhada dele. E ele se cansou.


Passou um tempo e ele deixou de importar com as migalhas que ela soltava, enquanto andava lá na frente. Os pedaços que caiam no chão, depois de um tempo, ficaram por lá mesmo. Ele cansou.


E ele parou. Parou e sentou naquele lugar escuro, sombrio, vazio. Viu que ela não era aquilo que lhe faltava. Ela não era a idealização que tinha em sua cabeça, ela nem sequer era alguém em quem se comprazia. Percebeu que, por muito tempo, se conteve por amor àquela ideia de quem eram juntos.

E então, ela voltou.

Foi encontrar o que havia perdido. Buscou, caçou, procurou e, finalmente, o encontrou. Lá estava ele: sentado, com a cabeça enterrada em suas mãos, chorando, desesperançoso. E, ali, ela percebeu que era tarde demais...


Pegou em suas mãos geladas e o olhou lá no fundo de sua alma. E ela se enxergou pelos olhos dele e viu - não uma princesa, não uma donzela - uma criatura amarga e sem brilho. Ela viu, sob a perspectiva dele, que era pesada, moída, machucada. Ela viu que o conto que tinham escrito estava manchado e rabiscado. Se desesperou.


Ele se levantou e caminhou, agora na frente. Ela ficou pra trás, sem saber se o seguia ou se retornava. E enquanto ele andava pra longe, ela o enxergava: confiante, formoso, cheio de dor, porém seco.


E naquele dia, ela se lembrou de quem ele era, antigamente. De quem eram juntos.
E amargamente se arrependeu...

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